domingo, 7 de novembro de 2010

Estava lá.

Ele estava lá.
Num canto, calado, estaria lá?
Perdido, pedindo, estorvo. Mas, lá?
Na esquina da minha rua.

Estendeu a mão.
Vazia, vadia, erguida a mão.
Doentio, doendo, sacou a mão.
Na cara, na veia, mão nua.

Estaria em mim.
Sua dor, agonia, sentida em mim.
Solidão, seu frio invisível de mim.
Agora já não era mais sua.

Ele deu no pé.
Ergueu-se em seu claudicante pé
Lava minh’alma, me leva, mais leve fé
Some minguante na luz da lua.